Cesárea, pós parto e minhas dificuldades

pos partoUm dilema para as gestante é  fazer a escolha do parto, muitas ja tem sua decisão feita há tempos, mas muitas enquanto gestam ficam com mil dúvidas na cabeça.

Eu sempre quis uma bela cesárea, ja discuti isso milhares de vezes com algumas amigas e não adianta, opinião é opinião! Respeito quem quer parto normal, e mais ainda que quer cesárea porque além de toda dor e trabalho ainda tem que ficar aturando críticas e indiretas.

Com a descoberta da gravidez trigemelar me livrei desse estresse, ja estava determinado pelo médico: vai ser cesárea! Ja vi relatos de parto normal mas a própria gestante tem que assinar um termo de ciência dos riscos.

Confesso que meu pós parto foi terrível, mas muito foi consequência da dilatação extrema do útero devido aos três bebês. Senti muita dor durante 5 dias, até que descobriram então que eu estava com um hematoma além da profunda anemia. Voltei ao centro cirúrgico, fizeram a drenagem, recebi sangue, me deixaram com o dreno 3 dias. Além de toda dor física teve muita dor emocional. Meu abdômen doía demais, não conseguia pegar os bebês(muito menos me envolver em atividades como troca e banho). Via todos pega-los e não conseguia, via todos aprenderem a diferenciar quem era o Miguel e quem era o Benjamin e eu não. Não conseguia ir próximo aos bercinhos para ficar olhando bem pra eles. Além disso como tomava muitas medicações passava um bom tempo dopada.

Após a drenagem comecei a melhorar muito, até que na noite em seguida da drenagem uma das técnicas veio do banco de leite com as mamadeiras(vou entrar no assunto amamentação em outro post). Até então não havia dado nenhuma mamadeira, não conseguia nem ficar sentada, quem dirá apoiar com segurança um bebê que levava muito tempo pra conseguir tomar 30 ml de leite. A abençoada então me perguntou se eu queria dar a mamadeira, eu muuuuito animada e ja com menos dor disse que sim. Então tive o desprazer de ouvir uma frase que acho que nunca vou esquecer da boca da abençoada…”é, ta na hora de começar a ser mãe”.

Quem me conhece sabe o quão pavio curto eu sou, eu devia estar muito dopada ou Deus simplesmente me calou pra não dar mau testemunho. Fiquei sem resposta. Mãe eu sou desde que descobri a gravidez, desde que fiz inúmeros sacrifícios e tomei inúmeros cuidados pra garantir que eles nascessem bem. Mas enfim, falo isso pra quem ler cuidar bem das palavras e das “super dicas” que da para as recém mamães, quero acreditar que ela não tenha dito na maldade mas se eu ja estava com vontade de chorar dia e noite ela com certeza piorou tudo.

Enfim, melhorei, os bebês pegaram bem a mamadeira e tivemos alta. Em casa ainda tive alguns dias com dor, sem conseguir me abaixar até o chão, dopada com as medicações que ainda precisava tomar, mas fiz o melhor que podia e tenho muita paz quanto a isso.

Os bebês sempre foram muito saudáveis, eu consegui e ainda consigo lidar muito bem com os três, não tive depressão pós parto porque acredito que respeitei meus limites e desde a gravidez preparei uma equipe de suporte com familiares que sabia que ajudariam muito. Deixo o relato como incentivo e consolo as mamães que estão passando por essa fase ou que vão enfrenta-la daqui a pouco.

Respeite seus limites(físicos e emocionais), conte com ajuda e ignore gente sem noção!

E se quiser um ombro amigo pra conversar ou desabafar pode contar comigo

Bjooooo

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